O universo da produção audiovisual está sempre atrelado a tecnologia e as tendências e técnicas de edição. Entender esses processos é fundamental não apenas para quem trabalha diariamente com vídeos, mas também para quem está interessado em produzir ou contratar uma produtora. Uma das dúvidas frequentes é sobre o que é B-roll e qual é o papel dele nas edições de vídeos.
Vamos entender?
O que é B-roll?
Dentro da produção audiovisual, chamamos de B-roll todos aqueles takes complementares ou alternativos ao take principal. É como uma cena “extra” ou uma imagem de cobertura que serve para disfarçar ou complementar cortes muito bruscos entre uma passagem e outra durante o vídeo.
Durante a edição do vídeo, a inserção do B-roll consegue ocultar uma descontinuidade ou uma desconexão das cenas gravadas e também ajuda a garantir o ritmo e a dinâmica da narrativa e do tempo dos acontecimentos.
O B-roll também ajuda a criar conexões mais fluidas aos momentos dos vídeos e consegue enfatizar sensações, sentimentos e percepções em quem está assistindo.
Aqui no Brasil o B-roll é popularmente chamado de “imagem de cobertura”, com a função de contar uma história com outros ângulos e atribuir certo dinamismo e ritmo ao material, abrindo um leque de possibilidades ao editor.
Um exemplo interessante de B-roll são aqueles vídeos no formato entrevista. Imagine que os takes principais são totalmente focados no entrevistado e em seu diálogo com a câmera e com o entrevistador. O B-roll nesse casso, vai depender de como você gostaria de contar essa história, podendo modificar todo o objetivo do seu vídeo.
Essa mesma entrevista pode ter o B-roll com detalhes específicos: detalhes das expressões faciais, foco nos olhos do entrevistado, um take das mãos sugerindo certo tipo de nervosismo, takes do dia-a-dia do entrevistado para causar a sensação de proximidade. As possibilidades são infinitas e permitem que o vídeo editado cause exatamente as sensações que você deseja despertar no público.
O que significa B-roll?
O surgimento do nome B-roll é bem antigo. Ele foi disseminado ainda na época dos filmes de película, com equipamentos analógicos fotossensíveis no qual duas bobinas eram utilizadas na hora da montagem para realizar a edição.
Nessa época, o armazenamento desse material fotossensível era disposto em rolos e todos eram categoricamente organizados de acordo com a usabilidade de cada material.
Na bobina “A” por exemplo, estavam as principais cenas gravadas para os filmes, os sons e as imagens prioritárias. Já na segunda bobina, a “B”, os editores gravavam cenas extras de cobertura como cenários, closes, paisagens, detalhes, e hoje chamamos esse mesmo processo de B-roll, mas equipamentos muito mais modernos, né? Porém o nome de popularizou e é utilizado até hoje por profissionais e conhecedores da área.
Como utilizar o B-roll nos meus vídeos?
Isso vai depender muito do foco e dos sentimentos que você gostaria de despertar com o seu vídeo. É realmente algo bem dinâmico e se distingue de vídeo para vídeo de acordo com o segmento e o objetivo da gravação.
Você pode conversar com a sua produtora de vídeos e verificar quais os tipos de B-roll que vocês podem trabalhar para que a edição final fique surpreendente.
O B-roll funciona como um gatilho para a sua audiência e podem despertar as emoções e sensações que você definir. Você consegue ter noção da dimensão do potencial desse recurso?
É possível entrar na “cabeça” do seu público e direcioná-lo ao caminho desejado de acordo com as nuances do seu projeto.
Mas uma grande dica e um ponto super importante do B-roll é não utilizá-lo em excesso. É uma prática a ser evitada. Muitas produtoras gravam muito material extra e na edição final acaba ficando um vídeo carregado. tecnicamente não é aconselhável.
A única objeção nesse caso, é se você não possui um material principal muito rico e com um conteúdo fraco. Nesse caso, o B-roll não vai só ter uma participação secundária no processo como vai salvar o seu vídeo. Sempre que o seu projeto estiver com um objetivo não muito claro, ou com um roteiro insuficiente, é bacana utilizar o B-rool para dar vida a edição.
E aí, gostou de entender um pouco mais sobre o universo do audiovisual e descobrir a técnica do B-roll?
A produtora Cross Host gravou recentemente um vídeo para o canal “Julyana Garcia” focado no segmento de Maquiagem e beleza. Utilizamos muito a técnica de B-rool para a edição final. Vamos ver se vocês percebem quais são no vídeo abaixo?